Você já imaginou explorar trilhas, estradas e paisagens deslumbrantes pedalando, mas não sabe por onde começar? A escolha da bicicleta certa é o primeiro passo para transformar esse sonho em realidade! Neste guia, revelamos os segredos para iniciantes acertarem na primeira compra e evitarem frustrações. Prepare-se para pedalar com conforto, segurança e liberdade!


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Quadro: Conforto Acima de Tudo
O melhor material para bicicleta de cicloturismo em grandes viagens é o cromo-molibdênio (liga 4130, ou cromoly), pois é forte, relativamente leve e pode ser soldado facilmente. Estas caraterísticas superam as do alumínio, pois, em uma grande viagem, carrega-se muito equipamento, e a leveza do alumínio torna-se irrelevante.
Já para viagens curtas ou médias, o alumínio surge como alternativa viável, especialmente por seu custo mais acessível e disponibilidade no mercado brasileiro. Apesar de menos resistente a deformações em cargas intensas, sua rigidez e leveza são adequadas para percursos menos desgastantes ou ciclistas que priorizam agilidade. No entanto, é importante ressaltar que muitos quadros de alumínio produzidos no Brasil são projetados para pessoas altas, o que pode exigir ajustes ergonômicos ou seleção cuidadosa de modelos para garantir conforto a ciclistas de estatura média. Para esses casos, a escolha depende do equilíbrio entre praticidade, orçamento e adaptação às condições específicas da viagem.

Marchas que Vencem Subidas
Para o cicloturismo, uma bicicleta com 21 marchas já oferece a versatilidade necessária para enfrentar subidas íngremes, terrenos planos e variações de ritmo. No entanto, as opções atuais, que costumam vir com 24 marchas, ampliam ainda mais a flexibilidade, permitindo ajustes mais precisos em diferentes condições de rota.
A escolha entre 21 ou 24 marchas depende mais das preferências pessoais e do tipo de terreno planejado, já que ambas configurações são capazes de suprir as demandas de uma viagem. O mais importante é priorizar a qualidade dos componentes, garantindo que o sistema de câmbio funcione de forma suave e confiável, mesmo sob carga pesada.
Entre as marcas disponíveis, a Shimano se destaca como a mais recomendada para cicloturistas, equilibrando durabilidade, desempenho e custo-benefício. Seus grupos de câmbio são amplamente disponíveis globalmente, facilitando a manutenção e a reposição de peças durante viagens longas.
Porém, é crucial evitar grupos top de linha, que priorizam metais ultraleves em detrimento da resistência. Esses componentes, embora atraentes para competições, têm vida útil reduzida em condições de uso intenso, como cargas pesadas e exposição a intempéries. Para o cicloturismo, a robustez deve sempre superar a busca por leveza extrema.
Outro aspecto essencial é o conforto na troca de marchas. Sistemas de câmbio indexado, onde a corrente se encaixa automaticamente na próxima engrenagem, são ideais para viagens longas, pois reduzem a fadiga física e mental do ciclista. Essa precisão evita ajustes constantes e garante que o ritmo seja mantido mesmo em trechos desafiadores.
Ao investir em um bom câmbio indexado de médio padrão — nem básico demais, nem excessivamente sofisticado —, o cicloturista assegura uma experiência mais fluida e focada na jornada, sem preocupações técnicas desnecessárias.

Freios que Não Decepcionam
A maioria das mountain bikes modernas já é equipada com sistemas de frenagem eficientes, como os V-brake ou freios a disco, cada um com vantagens e desafios específicos.
Os V-brake, por exemplo, são conhecidos pela frenagem potente e resposta imediata, ideais para terrenos variados. No entanto, em condições adversas — como trilhas lamacentas ou dias chuvosos —, as sapatas (pastilhas) desgastam-se rapidamente, exigindo substituição frequente.
Além disso, qualquer pequena deformação no aro pode desregular o sistema, demandando ajustes constantes para manter a eficiência, o que pode ser um inconveniente em viagens longas.
Já os freios a disco, embora ofereçam desempenho superior em situações extremas (como descidas íngremes ou terrenos alagados), são considerados superdimensionados para o cicloturismo convencional. Seu custo elevado encarece a bicicleta, e a complexidade técnica dificulta a manutenção em regiões remotas, onde peças de reposição são escassas.
Enquanto versões acionadas por cabos (disco mecânico) são mais acessíveis, ainda exigem ferramentas específicas para regulagens, um desafio para ciclistas que priorizam autossuficiência. Apesar disso, sua precisão e durabilidade em condições críticas os tornam uma opção atraente para rotas técnicas.
A escolha entre V-brake e disco depende do contexto da viagem e da disponibilidade de recursos. Se sua bicicleta já possui um dos sistemas, a recomendação é adaptar-se às suas características em vez de investir em uma troca.
Para V-brake, carregar sapatas extras e dominar ajustes rápidos resolve boa parte dos contratempos. No caso de discos, aprender a regular o sistema e identificar oficinas especializadas ao longo do trajeto minimiza riscos.
O essencial é garantir que os freios estejam sempre revisados, independentemente do tipo, pois segurança é inegociável em qualquer aventura sobre duas rodas.

Pneus que Abraçam Qualquer Terreno
No cicloturismo, os pneus são um componente crítico em que economizar pode comprometer toda a viagem. Optar por modelos que suportem alta pressão é essencial para garantir durabilidade, resistência a furos e estabilidade sob o peso extra de bagagens.
Mesmo ciclistas que viajem sem carga devem evitar pneus de baixa qualidade, pois a falta de robustez aumenta riscos de rasgos e desgaste prematuro, especialmente em trilhas irregulares. Investir em um bom pneu não é luxo, mas uma necessidade para quem busca segurança e conforto em rotas longas.
Como a maioria das rotas de cicloturismo inclui trechos de terra, é fundamental escolher um desenho de banda adequado. Pneus muito largos podem gerar atrito excessivo, enquanto modelos estreitos demais perdem aderência.
A faixa ideal para equilibrar eficiência e desempenho está entre 29×1,75 e 29×2,00, proporcionando tração suficiente em superfícies instáveis sem sacrificar a agilidade em estradas pavimentadas. Além disso, sulcos moderados na banda ajudam a dispersar lama e pedriscos, mantendo a bicicleta estável em condições variáveis.
Priorizar pneus de qualidade não se resume apenas à pressão ou ao desenho, mas também à adaptação ao terreno. Pneus ruins, além de aumentarem o risco de furos, podem causar derrapagens em descidas ou exigir esforço extra em subidas, elevando a fadiga do ciclista.
Mesmo em viagens curtas, onde se pode optar por modelos mais simples, a escolha deve recair sobre marcas confiáveis e com comprovada resistência.
Lembre-se: um bom pneu é a primeira linha de defesa contra imprevistos, transformando desafios técnicos em parte da aventura, não em obstáculos intransponíveis.

Acessórios? Sim, Senhor!
O cicloturismo é uma experiência única, mas para garantir conforto, segurança e praticidade, é essencial equipar sua bicicleta com os acessórios certos. Desde iniciantes até cicloturistas experientes, cada nível exige diferentes equipamentos para encarar as estradas e trilhas com tranquilidade
Para Iniciantes: O Básico para Pedaladas Curtas
Se você está começando no cicloturismo, a melhor estratégia é manter as coisas simples e funcionais. Escolher os acessórios certos fará toda a diferença no seu conforto e na segurança durante os trajetos iniciais.
Suporte para garrafa de água – Hidratação é essencial! Utilize pelo menos um suporte no quadro da bike para facilitar o acesso à água.
Paralamas – Imprescindíveis para evitar respingos de lama e água nos dias chuvosos ou em estradas de terra.
Bagageiro traseiro – Fundamental para transportar pequenas bolsas e aliviar o peso das costas.
Luzes e refletores – Segurança em primeiro lugar! Lanternas dianteiras e traseiras ajudam a aumentar a visibilidade, principalmente à noite.
Bolsa de guidão ou quadro – Ideal para guardar itens pequenos, como celular, ferramentas básicas e lanches sem precisar parar toda hora.

Para Cicloturistas Intermediários: Pronto para Viagens Maiores
Se você já tem experiência e quer pedalar distâncias mais longas, chegou a hora de investir em acessórios que aumentem a autonomia e o conforto da viagem.
Alforjes dianteiros e traseiros – Distribuir o peso entre a frente e a traseira melhora o equilíbrio da bike.
Pneus mais largos e resistentes – Pneus de trekking ou gravel oferecem mais aderência e durabilidade em diferentes terrenos.
Pedais clip ou plataforma aderente – Melhoram a eficiência da pedalada e reduzem o cansaço em trajetos longos.
Espelho retrovisor – Permite visualizar o tráfego sem precisar virar constantemente o pescoço.
Kit de ferramentas mais completo – Leve chaves Allen, espátulas, câmaras extras, remendos e um power link para emergências na corrente.
GPS ou suporte para celular – Ajuda a seguir rotas com mais facilidade e evita paradas frequentes para consultar mapas.

Para Cicloturistas Avançados: Aventura sem Limites
Quem já enfrenta longas expedições e viagens de vários dias precisa de equipamentos que garantam total autonomia e segurança.
Dínamo no cubo da roda – Permite gerar energia para carregar dispositivos eletrônicos e manter luzes ligadas sem depender de baterias.
Bolsa de quadro tipo bikepacking – Reduz o peso total e melhora a aerodinâmica da bike, deixando-a mais ágil.
Fogareiro compacto – Perfeito para preparar refeições e garantir autonomia em regiões isoladas.
Tenda ultraleve – Uma barraca pequena e leve permite pernoitar em qualquer lugar, sem depender de hospedagem.
Filtro de água portátil – Essencial para garantir água potável em locais remotos, especialmente em trilhas de longo curso.
Freios a disco hidráulicos – Melhoram a potência e o controle de frenagem, principalmente em descidas longas e terrenos acidentados.
Selim que Não Machuca
Se tem algo que pode transformar uma viagem de cicloturismo em um verdadeiro pesadelo, é um selim desconfortável. Muitas pessoas desistem de pedalar longas distâncias por conta de dores e desconfortos causados pela escolha errada do assento. Mas a boa notícia é que existe um selim que não machuca, e encontrar o modelo ideal pode fazer toda a diferença na sua experiência sobre duas rodas!
Por que o Selim Certo é Tão Importante?
O selim é um dos três pontos de contato entre o ciclista e a bicicleta (junto com os pedais e o guidão). Ele deve sustentar o peso do corpo e distribuir a pressão de maneira equilibrada, evitando dores, formigamento e lesões.
Ao contrário do que muitos pensam, um selim muito macio nem sempre é a melhor opção, pois pode pressionar áreas sensíveis e causar mais desconforto ao longo do tempo. O ideal é encontrar um equilíbrio entre suporte e conforto, levando em consideração o seu estilo de pedalada e o tipo de cicloturismo que você pratica.
Como Escolher um Selim Confortável para Cicloturismo?
Meça a Largura do seu Ísquio
Os ísquios são os ossos da parte inferior do quadril que apoiam o corpo no selim. Para garantir o conforto, o selim deve ser largura suficiente para dar suporte a esses ossos, sem forçar outras áreas mais sensíveis.
💡 Dica: Muitas lojas de bicicletas possuem um medidor de ísquios para ajudar na escolha do selim ideal.
Escolha o Tipo de Selim Adequado ao Seu Estilo de Pedalada
- Para cicloturismo leve e urbano: Selins mais largos e com uma leve camada de gel ou espuma proporcionam mais conforto para pedaladas curtas e frequentes.
- Para cicloturismo de longa distância: Selins médios ou estreitos, com um design ergonômico, ajudam a evitar assaduras e desconforto ao longo de vários dias de pedal.
- Para cicloturismo em terrenos acidentados: Selins com recorte central reduzem a pressão na região perineal, melhorando a circulação sanguínea e diminuindo formigamentos.
Fique Atento ao Material do Selim
- Couro – Se molda ao formato do ciclista com o tempo e dura muitos anos, mas requer manutenção.
- Espuma de alta densidade – Boa absorção de impacto e conforto sem comprometer a firmeza.
- Gel – Confortável para pedaladas curtas, mas pode não ser ideal para longas distâncias.
Considere um Selim Vazado
Muitos ciclistas de longa distância preferem modelos com um recorte central (selim vazado), pois ele reduz a pressão sobre a região perineal e melhora a ventilação, diminuindo o calor e o atrito.
💡 Dica: Se sentir dormência ou formigamento após alguns quilômetros, pode ser um sinal de que o selim está pressionando nervos importantes. Nesse caso, um modelo vazado pode ajudar!
Ajuste a Altura e Inclinação do Selim
Mesmo o melhor selim do mundo pode ser desconfortável se estiver mal ajustado.
Altura: O joelho deve estar levemente flexionado quando o pedal estiver na posição mais baixa.
Inclinação: O selim deve estar nivelado ou com uma leve inclinação para frente para evitar pressão excessiva na parte da frente do corpo.
Escolher um selim que não machuca é essencial para aproveitar o cicloturismo sem dores e desconfortos. Ao levar em conta a largura dos ísquios, o material, o tipo de pedalada e os ajustes corretos, você pode garantir uma experiência muito mais prazerosa sobre a bicicleta.
Se possível, teste diferentes modelos antes de comprar, pois cada corpo é único, e um pequeno detalhe pode fazer toda a diferença. Agora que você já sabe como escolher o selim ideal, prepare sua bike e aproveite cada quilômetro da sua jornada sem sofrimento!

Peso que Não Assusta
Muitos ciclistas iniciantes acreditam que uma bicicleta mais leve é sempre a melhor escolha para o cicloturismo. No entanto, ao viajar longas distâncias, o fator mais importante não é o peso da bike, mas sim a resistência e a durabilidade do equipamento.
Uma bicicleta superleve pode ser ideal para competições de estrada, mas para enfrentar terrenos variados, carregar alforjes e suportar dias de pedal, uma estrutura robusta e confiável faz toda a diferença.
Por que a Resistência é Mais Importante que o Peso?
1️⃣ Durabilidade para Longas Jornadas
- Bicicletas de cicloturismo precisam suportar diferentes tipos de terreno, desde asfalto liso até estradas de terra e cascalho.
- Um quadro resistente, geralmente de aço ou alumínio, aguenta impactos e cargas sem comprometer a segurança.
2️⃣ Capacidade de Carga
- Ao viajar, você carregará bagagem, ferramentas, comida e água.
- Modelos extremamente leves podem não ter pontos de fixação adequados para bagageiros e paralamas, prejudicando a estabilidade da bike.
3️⃣ Facilidade de Manutenção
- Bicicletas ultraleves geralmente usam componentes mais delicados e especializados, que podem ser difíceis de substituir em uma viagem.
- Modelos robustos permitem reparos simples em qualquer oficina ou até mesmo na estrada.

Teste Antes de Viajar!
Pedale com peso simulado (mochilas) e ajuste o tamanho do quadro. Uma bicicleta mal ajustada é um pesadelo.
Sua Aventura Começa Aqui
Escolher a bicicleta ideal não precisa ser um quebra-cabeça. Com essas dicas, você evita erros comuns e garante uma máquina pronta para estradas, trilhas e memórias inesquecíveis. Lembre-se: o cicloturismo é sobre liberdade, não sobre equipamentos caros. Comece simples, adapte-se e evolua conforme suas necessidades!
E aí, pronto para dar a primeira pedalada? No blog Duas Rodas Infinitas, temos reviews detalhados, roteiros e histórias inspiradoras para turbinar sua jornada. Não deixe de assinar a newsletter e seguir nosso Instagram – sua próxima aventura está a um clique de distância!